O Rio Grande do Sul deve colher 450 mil toneladas de bergamotas, laranjas e limões, em um trabalho que envolve mais de dez mil famílias gaúchas e 25 mil hectares plantados de citros. Segundo dados da Emater/RS-Ascar, a safra de citros deste ano será 15,4% superior à safra ada, impactada pelas intensas chuvas ocorridas em maio de 2024. 5xh2r
Com a chegada da estação mais fria do ano, aumenta o consumo e a procura por produtos típicos da citricultura. A bergamota é um deles, integrando a cultura e o cotidiano dos gaúchos, presente em feiras, mercados e em momentos especiais, como estando presente e sendo degustada na celebração dos 70 anos da Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural (Ascar), na última segunda-feira (02/06).
Vários municípios produtores de citros do Estado têm realizado atos ou solenidades de abertura da safra. Montenegro sediou, no último dia 23 de maio, a 25ª edição da Abertura Estadual da Safra de Citros, considerada um marco para o Rio Grande do Sul.
O município de Montenegro é típico produtor de bergamota, fruta utilizada em diversas receitas, como geleia, bolo, pudim, rocambole, sagu, cuca, entre outras. A estação evidencia a importância das adaptações ao clima mais frio e da valorização dos hábitos regionais e da produção local, reforçando uma tradição, reada de geração para geração, inclusive das famílias produtoras.
"O citro é uma cultura que se beneficia do frio, pois necessita de amplitude térmica e de um número mínimo de horas-frio para desenvolver sabor e coloração adequados", explica Luisa Leupolt Campos, extensionista rural da Emater/RS-Ascar de Montenegro. Apesar disso, alguns desafios podem ocorrer se houver períodos muito chuvosos e abafados, favorecendo a proliferação de fungos e outras pragas. A ocorrência de geada, se muito severa, também pode prejudicar os frutos e as novas brotações.
Além do clima, o produtor precisa ter cuidado com as pragas, como o Greening/HLB, uma doença bacteriana transmitida pelo psilídeo asiático dos citros. Os sintomas envolvem amarelecimento das folhas, manchas mosqueadas, frutos com deformações, abortamento de sementes e morte dos ramos. Para evitar a proliferação da bactéria, é recomendada pela Emater/RS-Ascar a prática sustentável da utilização de plantas de cobertura, como estratégia de conservação do solo, no cultivo de bergamotas. Ela conta com os benefícios de proteção e melhora da fertilidade do solo, controle de pragas e doenças, redução da necessidade de insumos e aumento da porosidade da terra.
"O foco do trabalho com os citricultores é o solo, a irrigação e com a defesa sanitária vegetal. Indicamos as práticas corretas de correção de acidez e fertilidade do solo e a utilização de plantas de cobertura. Elaboramos projetos de implantação de micro açudes e irrigação para os pomares e, na defesa sanitária, orientamos sobre cuidados e manejos adequados, a fim de prevenir a entrada do Greening/HLB nos pomares e a proliferação de pragas", ressalta Luisa.
BERGAMOTA MONTENEGRINA
Na região do Vale do Caí, a Bergamota Montenegrina é resultado de uma mutação espontânea, descoberta em 1940 em Montenegro por um agricultor de origem alemã. Sucesso entre os gaúchos, por seu sabor mais adocicado, é a segunda variedade mais cultivada no RS.
A área de produção envolve 20 municípios que fazem parte do Vale do Caí. "Em Montenegro, a estimativa da colheita da Bergamota Montenegrina é de quase 60 mil toneladas, além de 5,5 mil toneladas de laranjas e outras 400 de limões", destaca a extensionista Luisa.
Em 2024, o município cultivou 3.330 hectares de citros, sendo 3 mil dedicados à bergamota. Essa produção abastece os mercados interno e externo, com frutas de mesa, sucos e extratos, algo que representa 33% da produção gaúcha, localizada majoritariamente no Vale do Caí.
A Bergamota Montenegrina se consolida como um importante ativo da citricultura gaúcha, destacando-se pela excelência em sabor, aroma e qualidade. Sua produção é resultado de práticas agrícolas aprimoradas, condições climáticas favoráveis e investimento em manejo sustentável. Reconhecida pelo mercado e valorizada pelo consumidor, a fruta contribui para a economia local.
Empresa familiar, com seu fundador Delfino Shultz, iniciou no ramo de erva mate no ano de 1989
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